Assembleia Geral Sporting

A venda de património do SCP tem sido apregoada pela comunicação social como uma alienação de património essencial à actividade do clube. Perante esta falta de rigor, o comum dos portugueses não tem infelizmente capacidade para perceber o que está em causa. Fica a ideia de que se está a vender "joias" para "salvar os dedos" . Mentira. Também é verdade que Soares Franco tem dramatizado o discurso, porque lhe convém. Nada pior para um gestor do que não ver legitimadas as medidas de gestão que preconiza para suportar a sua estratégia. Compreende-se, portanto, a sua atitude.

As ideias de Soares Franco são simples:

1. ESTRATÉGICA

Adquirir dimensão europeia para conciliar volume de receitas com presença nos grandes palcos. Isso consegue-se com 2 presenças por cada 3 anos na Liga dos Campeões. É um objectivo perfeitamente ao alcance do Sporting caso consiga manter uma equipa competitiva, sem se ver forçado a alienar activos (leia-se jogadores) a cada ano. Acresce que o ritmo de formação de bons jogadores em Alvalade é alucinante.

2. TÁCTICA

Equilibrar as operações, beneficiando do previsível aumento de receitas (Liga dos Campeões), enquanto se reduzem custos com medidas de curto prazo, a saber-se:

* reduzir o serviço da dívida, amortizando parte dela;

* deslocar parte das receitas para investir no futebol, em vez de as entregar à Banca no pagamento de juros;

* colocação em bolsa da parte que resta da SAD (21% se não me engano) que permite que o clube continue maioritário, com 51% do capital social.

EM RESUMO:

Esta é a primeira ocasião que vejo um Presidente leonino com uma orientação estratégica clara e medidas bem definidas para a perseguir. É incrível como os candidatos à Presidência seus opositores levam vários meses de crítica gratuita sem nunca se lhes ter conhecido uma ideia sobre o clube. Pura demagogia e populismo fácil. É por isso que esta Assembleia, com o todo o dramatismo que encerra, é tão importante.