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quarta-feira, junho 21, 2006

Portugal - 2 Irão - 0



Portugal venceu o seu segundo jogo neste Mundial e está qualificado para a fase seguinte. O que à partida era uma obrigação e, para alguns, algo extremamente acessível de se concretizar, foi de facto concretizado! Mas, e recordando a história do futebol português em fases finais (3 participações em 18 competições!...), este apuramento é um facto histórico, apenas superado pela participação em 1966. Como tal, e como bom senso, é um feito digno de congratulação.


E foi-o. Tirando uma quantidade residual de portugueses que seguem a doutrina pinto da costiana (qualquer coisa como, o que o meu clube e presidente fazem é correcto, o que os outros fazem é mal feito e fácil de se fazer), o restante povo português festejou efusivamente a vitória. O grupo era fácil? O Irão pouco joga? Talvez, mas a memória não é curta, e ninguém se esquece como dois broncos (Artur Jorge e Oliveira), colocados no poder por Pinto da Costa (alguem duvida?) destruiram as hipoteses de França98 e Coreia2002! O primeiro com uma não qualificação num grupo acessível e o segundo com uma participação vergonhosa! Por tudo isto e mais alguma coisa: Obrigado Scolari!


O jogo revelou a grandeza de dois jogadores no colectivo da selecção: Luis Figo e Deco. Embora a Fifa tenha determinado o jogador brasileiro como Man of the Match, não concordo. A eleição desse elemento terá obviamente mais critérios que um golo! Deco teve uma primeira parte fraca, falhando um golo logo no primeiro minuto e vários passes ao longo dos 45 minutos iniciais. E, se quisermos ser criteriosos, no momento do remate para o golo, Deco escorrega! Ou seja, num momento de pura sorte, um remate destinado a ir para bancada ou para as mãios do GR, tornou-se num momento brilhante! Há horas felizes como alguém costuma dizer, e eu como português fiquei extremamente feliz! Mas isso não invalida o que Luis Figo fez pela equipa! Foram somente 4 assistencias para golo na primeira parte, todas desperdiçadas pelos colegas (Deco por duas vezes e, em dois cantos superiormente executados, falharam R.Carvalho e Ronaldo), mais a participação, decisiva, nos lances que originaram a vitória portuguesa. E, se o arbitro fosse correcto, ainda na primeira parte o Irão ficaria reduzido a dez, por agressão a Figo! Querem mais do que isto para eleger o melhor em campo? Fica o critério da Fifa, seja ele qual for. A mim é que não me impõem critérios, ainda para mais sem qualquer fundamentação…

De destacar ainda a consistência de Costinha, em subida de forma, a melhor exibição de Ronaldo relativamente ao primeiro jogo, as subidas de Miguel pela lateral, apesar das lentas recuperações após essas subidas, e a tranquilidade que Ricardo evidencia. Pelo lado negativo, a intranquilidade de Nuno Valente, o elo mais fraco da equipa titular e a desinspiração de Pauleta.



Uma última nota de destaque para a união que Scolari conseguiu criar entre os jogadores. Foi bonito ver a festa gerada no golo de Deco e os afectos demonstrados a Ronaldo após o penalti concretizado. Podemos não ter as maiores individualidades mundiais, mas somente em 1986 uma individualidade venceu a maior prova de futebol mundial: Diego Armando Maradona. E, por muito que a Nike e outras multinacionais desejem, ainda não nasceu outro Maradona. E, sendo assim, vai vencer a melhor equipa e não o melhor grupo de jogadores. O grande mérito de Scolari está no facto de conseguir formar uma bela equipa a partir de um bom grupo de jogadores. E, em Portugal, isso é extremamente dificil. O mérito a quem o detem. Aqui, neste singelo blog, ninguém te tira o mérito Felipão!

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