Análise da Pré Epoca dos 3 Grandes

I – FC Porto

A pré temporada portista fica marcada pela auto dispensa de Co Adriaanse perante factos ainda não totalmente esclarecidos mas que não andarão muito longe da total incapacidade da SAD portista em desenrascar 8 milhões de euros para a contratação de um ponta de lança eficaz (Hesselink tem uma media de 18 golos/época) – um aspecto intrigante tanto mais que nos últimos 48 meses entraram (ou não, a PJ que investigue…) mais de 100 milhoes de euros nos cofres da Torre das Antas – e, sobretudo, pela indisciplina que os jogadores (a mando de quem?...) revelaram no já famoso jantar. Com tudo isto entra na estrutura tripeira mais um treinador “looser”, o sexagenário Jesualdo Ferreira o que revela uma de duas coisas: ou Pinto da Costa julga que consegue transformar treinadores medíocres em campeões, e logo em anos consecutivos, ou então já não há dinheiro para contratar um treinador com duas linhas de currículo. O certo é que com o Apito Arquivado e com os juízes do CalcioCaos sem vontade de aparecer por cá… não me admirava ver o Porto conquistar o título com o Emplastro a treinador!

Quanto a reforços da equipa, se fossem mais alguns dava para arranjar uma nova história dos 7 anões, senão vejamos: temos o azarado (João Paulo), o ignorado (Ezequias), o desastrado (Tarik) e o apagado (Diogo Valente). Sobra o dotado (Vieirinha), prova da qualidade da escola de formação portista, sub aproveitada pelos dirigentes, talvez porque neste caso não se tem de pagar comissões a ninguém, digo eu. Vieirinha tem de facto muita qualidade e será uma certeza num futuro breve, tal como Hélder Barbosa, trocado por um Tarik, imaginem só!

No que ao plantel diz respeito. Na baliza, e enquanto Baia confirma-se como a Amália Rodrigues dos portistas, não jogando mas acenando ao povo fiel que o idolatra mesmo que neste momento use mais as mãos para carregar os sacos de bolas que outra coisa, Helton está e estará de pedra e cal! O fantasma Baia está morto e enterrado, restando a Baia o papel de Eusébio branco das festas populares portistas. Na defesa aguarda-se para ver o que vale Pepe sem o seu criador, Adriaanse, agora que a táctica dos 3 defesas está a chegar ao fim. O pior para Pepe é que terá, durante quase toda a temporada, uma dupla que não sei como a apelidar, sendo difícil distinguir qual dos dois (Ricardo Costa e Bruno Alves) faz o papel de roto e o de esfarrapado. Mal por mal razão tinha Adriaanse em colocar Pepe sozinho… assim ninguém o estorvava! Nas alas mantém-se a Secretarização de um bom médio de cobertura, Bosingwa, que vai perdendo qualidades encostado ao flanco. No meio campo destaque para a deficiente forma de Paulo Assunção e Quaresma, duas unidades vitais da equipa. Já Lucho Gonzalez inicia a época sem a necessária preparação de pré temporada devido a lesão e isso, por norma, é um inibidor à boa prestação ao longo da época. E Lucho tem de se precaver porque Ibson é titular de caras neste momento. Quanto à 8ª maravilha deste Planeta, Anderson de seu nome, tem sido a estrela da companhia mas eu aguardo pelos testes a sério para lhe tirar o chapéu. O ataque é de Adriano (ninguém o avisa que aquele bigode já foi moda mas há 30 anos atrás?...), de caras, o que até nem é um elogio a ele mas sim uma crítica à falta de alternativas de qualidade, sobrando Lisandro para lhe dar luta.

Para acabar uma palavra para a surpresa da pré temporada: Alan! Não esperava ver em Alan um elemento valido para um lugar a titular na equipa mas reconheço o meu erro, foi um dos elementos mais preponderantes sobretudo no fatídico torneio de Amesterdão, onde revelou audácia para defrontar os melhores, o que é um claro sinal de qualidade, trabalho e dedicação.


II – Sporting CP

Manteve praticamente a estrutura intacta da temporada anterior, estrutura essa que lhe valeu o título honorífico de campeã da 2ª volta da liga. É certo que esse estatuto vale o que vale mas ter um treinador e uma estrutura montada desde Julho e não Novembro é um factor relevante. A equipa não perdeu nenhum elemento vital e viu-lhe ser acrescentada unidades que realmente faziam falta, casos de um defesa esquerdo, um médio defensivo e um ponta de lança. É evidente a falta de capital para investir na equipa de futebol mas a SAD leonina revelou mestria na forma como conseguiu melhorar todos os sectores da equipa com meia dúzia de tostões. E isso é sinal de competência, para variar.

Naturalmente que também ajuda ter uma escola de formação da do nível da Academia leonina que, mais uma vez, fornece 3 elementos de qualidade acima da média: Rui Patrício, um guarda-redes campeão em todos os escalões de formação e imparável no jogo frente ao Deportivo da Corunha, Miguel Veloso, central ou trinco de marcação, uma das revelações do estágio leonino e a nova pérola negra, Yannick Djaló que afundou a esquadra vermelha na sua primeira aparição a titular, algo só ao alcance dos predestinados. É um orgulho para todo o sportinguista ver que a sua equipa poderia jogar com Rui Patrício, Miguel Garcia, Miguel Veloso, Caneira, Ronny, Custodio, Carlos Martins, João Moutinho, Nani, Djaló e Liedson, contando apenas 1 jogador que não passou pelas camadas jovens! E o quarteto a meio campo é um autentico diamante a lapidar.

Pelo que se viu na pré temporada, existem aspectos positivos e negativos a destacar. Pela positiva o valor de Ronny, uma surpresa, a excelente forma de Carlos Martins e Romagnoli, que lutarão entre si por um lugar na equipa titular e pela eficácia e mobilidade da dupla Liedson/Djaló. Pela negativa as fracas exibições de Carlos Paredes, que tem ainda muito a fazer para justificar o estatuto que lhe é atribuído, a evidente incapacidade de João Alves para jogar a um nível superior a que fazia no Braga (o salto no ordenado e no estatuto nacional tem que equivaler a um salto igualmente na qualidade de jogo e parece-me cada vez mais que Alves é um jogador para equipas do nível do Braga, o que já não será mau de todo…) e ao desaparecimento mental de Douala, ao melhor estilo de McCarthy. Cá para mim deve ser doença africana…


3 – SL Benfica

Mais uma pré temporada de sonhos fantasiosos que acaba com números bem redondos: 8 jogos amigáveis, 4 derrotas! Sempre que defrontou equipas do seu nível o Benfica perdeu. Valeu para animar a malta um sorteio que arranjado dificilmente seria melhor. Os simpáticos austríacos, desfalcados (entretanto vendidos) de 10 titulares que tinham colocado a equipa na pré eliminatória da CL, foram um autêntico festim para uma águia moribunda que já não metia medo nem a um rato! Naturalmente que, após tamanha felicidade, já se incharam os 6 milhões de pavões, convencidos que os próximos 40 jogos serão mera formalidade. É de facto uma pena para a lampionada que equipas do nível do Áustria de Viena, como por exemplo o Gondomar e Olhanense, joguem na 2ª Liga. Bem, como dizia o outro, é a vida…

Quanto ao substituto do Tintin holandês. Dei pulos de satisfação ao ver Fernando Santos assumir o comando do galinheiro da Luz, uma vez que esse morcão me está a dever 45 euros de bilhete mais viagem desde o fatídico jogo entre Sporting e Benfica, que Geovanni resolveu com um pontapé na sorte, quando o Sporting os tinha massacrado durante todo o jogo. Sr. Engenheiro, em nome de todos os sportinguistas agradeço a forma encontrada para nos compensar, será sem duvida uma temporada (espero eu que não o demitam, até vou já acender uma velinha por si) em que me dará muitas alegrias.

Quanto a reforços há que destacar o regresso da Múmia, ou será o Regresso de D. Sebastião? Não, foi sem dúvida o Regresso do Rei, parte II. Rui Costa, o chorão, está de volta para vender kits e falar sobre o golo que marcou ao seu Benfica, um sacrilégio que jamais o permitirá dormir a sesta descansado, impedindo-o até de apreciar os muitos milhares de euros que saca mensalmente da falida tesouraria da Luz. Ah grande benfiquista! Mais reforços? Bem, já que de qualidade não há mais, falta a quantidade. Katsouranis vale tanto como a selecção grega. Não, não estou a falar dos mijões que durante um mês até ganhavam um jogo de basket contra os matulões da NBA, refiro-me à actual selecção grega que é a anedota da Europa. Manu é interessante, ao estilo Douala, para quem gosta de ver jogadores correr. Se esse fosse o principal atributo para se ser futebolista de topo então Obikwelu era craque! Paulo Jorge é um caceteiro com selo de qualidade do Bessa, um futuro Petit em ascensão, aceitam-se desde já apostas para ver qual dos dois é expulso em primeiro lugar esta época. Falta o Fonseca, perdão, o Kikin! Com um nome tão abixanado não me preocupo seriamente com o que ele poderá fazer, até porque quem não consegue ser titular à frente de Nuno Gomes não me impõe muito respeito. Uma palavra final para o Simulão, está visto que estás condenado a ficar no Benfica pah, ao menos faz como o JVP e arranja lá um contrato vitalício e uma alcunha, não o menino de ouro mas, por exemplo, o anão encornado. É giro e até entra bem no ouvido.