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sábado, julho 15, 2006

Itália Campeão Mundial



Não foi uma final bem jogada, mas não me recordo de ter assistido a uma com qualidade. A de 1998 teve bons momentos mas é suposto esperar mais das duas selecções que vão disputar o ceeptro mundial. O cansaço de 7 jogos em 3 semanas explica muito, até porque, por norma, os seleccionadores optam quase sempre por um pequeno nucleo de 15/16 jogadores, sendo raro o que dá real utilidade aos 23 convocados. Ora, como é facil perceber, a maioria dos jogadores que entram em campo na final, fazem-no já com 6 (minimo 5) jogos nas pernas, jogos esses que são disputados sempre com grande intensidade e, muitas vezes, de grande esforço mental. Não é só fisicamente que se nota o cansaço acumulado, mentalmente, apesar de estarem na final, estou certo que os jogadores já estão nos limites, tantos jogos feitos sob intensa pressão para não falhar, já que nesta competição (sobretudo nesta onde um golo decide quase sempre o apurado) um erro é sinonimo de desilusão de uma nação inteira. E ninguém quer ficar conhecido como "o tipo que nos arrumou do mundial..."


Mas voltando à final, reconheço que tive uma desilusão: Elizondo Rodriguez, o arbitro argentino que tinha feito um Mundial de nível fabuloso, errou vezes demais. A começar logo aos 5 minutos, com uma simulação do português Malouda (o erro é propositado, da forma como o tótó do Domenech falou dos simuladores portugueses, ficou a impressão que o resto do planeta nao simula... tantos anjinhos...), passando por um real penalti sobre o mesmo Malouda na segunda parte, a verdade é que Elizondo Rodriguez não influencia o nome do futuro vencedor mas sai da prova com a imagem beliscada. E é pena, esteve brilhante nos outros 4 jogos que arbitrou, incluindo o Portugal vs Inglaterra.

Quanto ao jogo destaco então a frieza (e sorte) italiana em empatar rapidamente o encontro, com um golo de Materazzi (o mal amado, que substituiu o lesionado Nesta e foi fundamental para a Italia chegar ao titulo...) e, verdade seja dita, a primeira parte foi italiana. O empate ao intervalo era uma benção para uma França muito fraca.

Só que o futebol tem destas coisas. Quem diria que a feição do jogo mudaria de tal forma? Não só os franceses melhoraram na troca de bola como os italianos, estranhamente, se encolheram e esperavam pelos... penalties! Depois da exibição majestosa frente aos alemães, confesso a minha desilusão.


O momento do jogo acontece já em pleno prolongamento, a dez minutos da sua conclusão. Zidane, com o seu caracteristico mau feitio, prega uma valente tolada no peito de Materazzi. E aqui a sorte é toda italiana, já que fosse Zidane da altura do italiano e, com tamanha violência, ainda hoje andariam à procura de fragmentos da cabeça do tosco do Materazzi.

Ironia à parte, foi triste ver Zidane cair na armadilha italiana. E não vou condenar Materazzi, apesar de não gostar de jogo sujo, porque tenho a certeza que Zidane já foi insultado centenas de vezes! E, apesar de já ter reagido mal a algumas delas, com 34 anos, a 10 minutos do fim da sua carreira, com milhões de olhos colocados em cima dele de toda a parte do Globo... devia ter controlado a fúria. Zidane julgou-se impune porque o arbitro estava de costas e porque acreditou que o auxiliar não teria coragem de o expulsar. Enganou-se, e ainda bem. Enquanto os jogadores não andarem com microfones para poderem ser castigados pelas suas palavras... podem dizer o que bem lhes apetece. O suposto insultado é que não pode reagir de tal maneira, até porque abrir-se-ia um tremendo caso: e se o cabeçeador não tiver sido insultado? Já estou a ver um mediocre jogador, a mando do treinador, cabeçear a vedeta da equipa adversária, serem os dois expulsos, e vantagem pro agressor! Repito, enquanto não existirem provas cabais de insultos (e basta que o arbitro esteja por perto, por exemplo), Materazzi nunca poderá ser expulso. Nem ele nem todos os Materazzis de lingua afiada que entram em campo todas as semanas, por todo o Planeta.

Tudo somado, deu uma vitória aos penalties para os italianos, 100% eficazes. Pode até nem ter sido justo, mas bem vistas as coisas, e da forma como a prova decorreu, o troféu ou ia parar às mãos de Portugal ou Alemanha, a existir justiça. Sendo assim, ganhou o defensor do catenaccio, prova que o criador ainda domina o monstro. É triste é ver que todos, com maior ou menor evidência, jogam com o catenaccio na mente. E, se isto continuar, em 2010 já tenho um favorito: Itália, obviamente.

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