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segunda-feira, setembro 04, 2006

A selecção de Scolari

Existem diversos mitos criados pelos anti Scolari, sendo um dos mais recorrentes o que diz que ele não renova a equipa. Compreendo que, aquelas pessoas que pouco ligam ao futebol, que são adeptos de um clube porque sim, ou porque é giro e está na moda, ou porque o namorado manda, ou porque é o clube da terra ou o clube do patrão, estejam incapacitados para fazer reais juízos sobe o assunto, limitando-se a papaguear o que ouvem. A esses desculpo-os, são meros papagaios ignorantes. Os outros, e mantendo-me na categoria animal, são burros!

Scolari realizou o primeiro jogo ao comando da equipa das quinas em 12 de Fevereiro de 2003, frente à Itália, perdendo em Génova por 1-0. Logo nesse encontro promoveu a internacional 3 jogadores, então em excelente momento de forma, o adaptado a lateral direito Miguel, o então promissor Hélder Postiga, a caminho de vencer a Taça Uefa e peça fundamental no esquema de Mourinho e a novidade Luís Loureiro, na altura ainda no Gil Vicente mas cobiçado pelos maiores de Portugal. De lá para cá, em três anos e meio, Luís Felipe Scolari promoveu a internacional mais 16 jogadores: Maniche, Deco, Rogério Matias, Silas, Quaresma, Cristiano Ronaldo, Bruno Vale, Ricardo Carvalho, Hugo Almeida, Ricardo Costa, Manuel Fernandes, Alex, João Moutinho, João Alves, Nani e Carlos Martins. Desde o começo do consulado de Scolari 19 jogadores receberam as insígnias de internacional, alguns deles foram apostas de pólvora seca, casos de Luís Loureiro, Silas e Rogério Matias, mas se a vontade dos abutres fosse feita, por esta altura tínhamos mais de 50 novos internacionais, juntando aos 3 casos de apostas falhadas nomes como os de Nunes, Targino, César Peixoto, Carlitos, Bosingwa, Luís Filipe, entre outros, só porque em determinado momento estavam em grande forma!

Quando só existe a possibilidade de se fazer duas dúzias de treinos anuais, quando se sucedem fases de apuramento e a essas as fases finais de grandes competições, é um risco andar a brincar às internacionalizações. Uma selecção, para ter sucesso, tem de ser gerida pelo seu treinador como se fosse um clube. Um exemplo negativo de deixar a selecção ser gerida por empresários (sim, a esses convém-lhes ter a mercadoria com selo de internacional…) é a selecção brasileira, onde qualquer um pode enumerar 18 dos 23 convocados para o Mundial, mas que faz 15 jogos por ano, com um grupo de cerca de 50 jogadores! Isto não é mais do que gerir um negócio de comissões, entre seleccionar, federação e empresários! E isso não sucede na Selecção Portuguesa, para desgosto de muitos, sejam empresários ou simples críticos que esperam e desejam um deslize do Sargentão! Estrear 19 jogadores num espaço de tempo equivalente a 40 meses é, para mim, sinonimo de renovação. Quem sobra do desastre do Mundial de 2002? Assim de repente, sem grande esforço, recordo-me dos suplentes Ricardo, Hugo Viana, Petit, Nuno Gomes e Jorge Andrade. Entre dois mundiais a renovação é de cerca de 80%. Ora, onde estão as duvidas? Já estou como a outra, expliquem-me como se fosse mesmo burro!...

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