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quarta-feira, setembro 19, 2007

LIga BWIN Jornada 4: Est. Amadora 0 Sporting 2


Foi uma jornada monotona, pelo menos no que a futebol jogado diz respeito já que, o que se passou no campo da arbitragem, na Reboleira, foi mais um exemplo de paródia anti-leonina! Então o memorando recebido pelo arbitro sobre atrasos ao guarda-redes foi simplesmente ridiculo! Discute-se os lances de penalti que ficaram por assinalar em prejuizo dos leões mas esquece-se que logo aos 3 minutos foi anulado um golo limpo ao Sporting, e um outro foi anulado por pretenso fora de jogo! Agora coloque-se a hipotese dos jogadores leoninos jogarem com o pensamento no jogo frente ao United e teríamos o caldo entornado, assim à imagem do que sucedeu à um ano precisamente, na mão de Ronny que custou um campeonato! Só que Paulo Bento preparou-os bem, sobretudo porque não anda a dormir e sabia perfeitamente que o caldinho estaria preparado para colocarem a equipa leonina a um minimo de 5 pontos da liderança. O que pareceu uma partida monotoma na Amadora só o foi porque os jogadores leoninos não cederam aos nervos provocados por uma arbitragem encomendada por um Sistema, que insiste em estrebuchar, e deram o seu melhor para acabar com o jogo aos 30 minutos. E terá de ser essa a atitude constante dos leões, como se viu no domingo passado e na partida frente ao Porto, os erros arbitrais andam à solta e com o intuito numero um de prejudicar o Sporting! Não é mania de perseguição, é a mais pura das evidências!

Na Luz jogou a Naval e marcou o Benfica. No Dragão não jogou ninguem e marcou o Porto. O que pode um adepto leonino desejar então? Uma atitude como a da Naval, de peito feito num terreno onde à partida uma atitude dessas custaria uma derrota certa e por numeros esclarecedores ou uma atitude como a do Maritimo, de medo e subserviência, esperando que os minutos passem e consolando-se com um hipotético zero a zero? Sim, porque se estivesse a falar de jogos de campeonatos internacionais, o que espero ver é atitudes como a da Naval, para bem do espectáculo. Mas como parte interessada não há como negá-lo: ver a Naval dominar os primeiros 20 minutos, trocar a bola junto ao seu guarda-redes como se fosse o grande Milan só podia causar dissabores aos seus (poucos) adeptos. E assim foi, primeira ocasião para o Benfica… primeiro golo! E como se iniciou a jogada? Com perda de golo da defesa navalista em zona proibida! Lá está, um trolha sabe pintar. Sim, verdade, mas paredes e não telas! Um jogador da Naval sabe trocar a bola? Sim, mas com limitações próprias de quem é titular da Naval e não do Chelsea! Eu agradeço que todas as Navais da primeira liga (e são muitas) apareçam em Alvalade com essa atitude. E os portistas querem o mesmo no Dragão seguramente. Mas a realidade é outra, e qualquer benfiquista percebe o porquê! Não defendo o anti-jogo, claro que não! Faz o Porto anti-jogo quando joga com os colossos do futebol europeu, nos seus recintos? Não, lógico que não, mas nunca o vi com a atitude sobranceira semelhante à adoptada pelos jogadores da Naval. E, no fundo, o que me incomoda é como uma equipa tem duas faces: a Naval que foi de calções e fato de banho à Luz provavelmente aparecerá de fato macaco em Alvalade. E é isto que o comum adepto de futebol se enfurece: ou adoptam a mesma atitude ou deixem de abrir as pernas para os que interessam. Não pretendo tirar mérito a Camacho mas é evidente que a táctica de Chaló só resultaria perante um Benfica intranquilo como o de Fernando Santos. Um Benfica motivado e em subida de forma chamará um figo a todas as equipas que joguem na Luz com essa mentalidade atacante. Sobretudo se essas equipas forem, teoricamente, evidentemente inferiores ao conjunto encarnado.

No Dragão passou-se o oposto, mas igualmente penalizante. Ou seja, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Não pode o Maritimo apresentar-se em campo, ainda para mais sabendo de antemão que os jogadores portistas jogam com o subconsciente no encontro com o Liverpool, com uma atitude de deixar correr o tempo de jogo, sem tentar provocar o erro no adversário e sem fazer os minimos olímpicos para sair do jogo com algo mais que a derrota por números minimos! Dizer, como Lazaroni, que o Porto foi melhor, quando o que vimos foi um Porto a 10%, é ridiculo! É este o Maritimo líder do campeonato? Ou o factor Makukula é assim tão pesado? Mais valia, de facto, o Maritimo ter capitulado a liderança da prova perdendo por 3 mas mostrando uma razão para justificar o alarido que têm merecido pelo inicio da prova. O futebol tem destas coisas, um treinador revela-se incompetente ao quadrado e ainda elogia a nulidade do adversário como factor de desequilibrio e permanece intocável às criticas; outro treinador, porém, decide dar uma demonstração da qualidade dos seus jogadores, num jogo onde, à partida, a derrota é um dado adquirido, e acaba despedido! A diferença entre Lazaroni e Chaló? A estupidez do presidente que dirige (dirigia) cada um!


Do resto da jornada sobram os casos minhotos. Em Guimarães o mais escandaloso, com a segunda geração da quadrilha de ladrões Soares Dias, neste caso o junior, a roubar escandalosamente o Nacional, expulsando, intimidando e anulando situações de perigo que pudessem colocar em causa a (obrigatória) vitória da equipa local. E que dizer da forma como João Alves permance em campo, sobretudo quando o Nacional já jogava à largos minutos em inferioridade numérica? Enfim, filho de gatuno sabe roubar. Em Setubal o ridiculo da jornada. Um Braga que está a fazer um mau inicio de prova não saiu vergastado por um goleada por mero acaso do destino tem o desplante de afirmar que “já anda a incomodar muita gente”. Oh meus amigos, mas agora temos palavreado de vigarista, estilo João Loureiro? Habituem-se à ideia que isso de ter um plantel de ex-craques e ex-futuros craques tem dessas coisas, ou acham que se os tipos fossem assim tão bons não teriam permanecido nos clubes grandes? Queixarem-se da arbitragem quando até beneficiaram de um penalti anedótico é prova que não têm noção do vosso lugar, que ainda é bem lá abaixo na cadeia alimentar. Joguem à bola e mentalizem-se que antes de entrarem na piscina onde jogam os meninos grandes… têm de aprender a nadar! E isso faz-se na piscina dos putos, onde se encontram meninos como o Estrela da Amadora, que ainda hoje não sabem como derrotaram. E menos barulho que para aturar malucos já bem bastam os do Porto e do Benfica, só faltava agora começar a ouvir ruido de fundo vindo do Minho…



segunda-feira, setembro 17, 2007

Os pés de Deus


Quando um jogador, com a bola dominada e em fase de arranque, consegue ter à sua frente mais de meia equipa adversária, em sentido, quais forcados encarando um majestoso touro na arena, nem é preciso mencionar o seu nome para sabermos de quem se está a falar: "El Diego" como o próprio gosta que seja referido! Nunca um jogador ganhou sozinho um Mundial de Futebol. Errado, aconteceu uma vez, no México segundo reza a lenda. Diego Armando Maradona, juntamente com 10 discipulos escolhidos ao acaso para acompanhar o Mestre, quebraram esse mandamento sagrado que diz que o futebol é um jogo colectivo. Até pode ser verdade, mas naquele mês de Junho de 1986, naquelas tórridas tardes mexicanas, um homem desafiou o mandamento dos Deuses da bola e elvou-se ao Olimpo do Futebol. Não pode ter sido por acaso todos os escândalos que o envolveram a partir desse ano em diante, Dieguito desafiou os Deuses e será punido pela sua insolência. Mas para nós, comuns mortais, "El Diego" representa um desejo tão antigo quanto a Humanidade: a possibilidade do Homem tocar o Céu!
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Resta referir que os homens que se prostam diante de Maradona na fotografia são belgas, adversários que alcançariam o 3º lugar desse Mundial. Nesta meia final diante de Maradona, já avisados do genial lance ocorrido no jogo anterior frente aos prepotentes ingleses, decidiram marcar a sua genialidade com quantos homens pudessem. Esforço inglório, como ficou evidente nos golos que Maradona marcou e que levaram a Argentina à final. Aqui fica o momento da capitulação belga.


A Beleza do Desporto!

Pela primeira vez assisti aos 80 minutos de uma jogo de Raguêbi, ou Rugby como preferirem. Confesso que tinha preferência pelo Futebol Americano, o tal que proporciona o Superbowl ou, como dizem os yankees, o maior espectáculo do Mundo! E arredores digo eu que também não sou nada exagerado. A minha preferência tinha a ver com o espectáculo à volta do jogo e pelos inúmeros filmes americanos que exultam o jogo. Desde que a SportTv transmite essa final que decide o World Champion (são modestos...), à uns 5 anos a esta parte se não me engano, que tento ver, cada menos com menos pachorra, o encontro. Mas o máximo que consigo aguentar é até ao intervalo, e sabe Deus como!

Tudo isto para dizer que, à conta dos nossos LOBOS, descobri o prazer de assistir (ainda que no sofá...) a um espectáculo de raguêbi. Ontem, durante 80 minutos do jogo, nao me mexi um minuto e adorei! Era conhecedor da capacidade dos All Blacks mas vê-los em acção é transcendental, é fabuloso ver como jogam em equipa de um modo perfeito, o poderio fisico aliada a uma velocidade que fazia com que o mitico Jonah Lomu, com 1,96m e 119Kg conseguisse correr os 100 metros em 11 segundos! O desnível da luta entre os All Blacks e os Lobos fazia com que David e Golias fossem gémeos idênticos!

Mas nada disso atemorizou os portugueses. Se ja era esperado a marca dos 100 pontos alcançados pelos neozelandeses a emoção chegou com o ensaio conseguido pelos amadores portugueses que, aliada à forma emocionante como respeitaram e cantaram o Hino Nacional encheram de orgulho todos os portugueses, mesmo aqueles que, como eu, sempre ignoraram este desporto. Uma situação que muda radicalmente agora, já que além de sentir grande admiração pela nossa equipa, aprendi a respeitar e admirar com estima os atletas neozelandeses que, apesar da extrema superioridade, foram uns dignos na hora da vitória, respeitando o seu fraco opositor, nunca mostrando sinais de arrogância nem desprezo, dando o seu máximo para valorizar o esforço dos portugueses. Tão importante como vencer é saber respeitar o seu adversário e a atitude dos All Black foi exemplar. Têm em mim um fã que deseja vê-los campeões mundiais. Até porque o seu Haka, o Ka Mate, é arrepiante.


LIga BWIN Jornada 3: Sporting 1 Belenenses 0

quarta-feira, setembro 12, 2007

Ricardo 1 Nuno Gomes 3

Hoje joga-se boa parte das possiblidades de apuramento de Portugal para a fase final do próximo Europeu de futebol a realizar na Suiça e Aústria. Não só no confronto com a Sérvia mas igualmente no duelo entre os dois primeiros classificados do grupo, Polónia e Finlândia. Não tem sido, de facto, uma fase de apuramento brilhante para Portugal, mas a expressão “fase de apuramento” diz tudo, não é aqui nem agora que se deseja o máximo de esforço, concentração e dedicação dos tugas. Alguém já viu um sprinter dos 100 metros fazer tempos abaixo dos 9.95s nos apuramentos antes da final da prova? Não, e a razão é óbvia. Passe a comparação, não tão despropositada quanto isso, o mesmo se verifica nestas fases de apuramento. E vejamos o exemplo de uma selecção de topo, a italiana. Apuraram-se à rasca para o Mundial de 2006 e o apuramento para o Euro2008 será igualmente por photo-finish! Mas o importante é estar presente quando o momento realmente importa, estar em forma, quer fisica quer mentalmente, em Junho de 2008 e durante 3 semanas. A memória de todos os portugueses que assobiam e criticam a selecção, é curta! Um dos melhores apuramentos de todos os tempos, se não mesmo o melhor, foi o que nos levou ao Mundial2002. Mas a verdade é que, em Abril de 2002, a escassos 2 meses do inicio da competição, apanhar 4-1 no Bessa frente à mesma Finlândia que agora nos incomoda (e só quem não segue minimamente o futebol europeu é que não se apercebeu do crescimento qualitativo do futebolista finlandês…), antevendo desde logo um péssimo Mundial, como se veio a verificar.

Contas feitas, o que interessa é o apuramento, mesmo que o mesmo seja conseguido com um 2º lugar e obtido somente no ultimo minuto do ultimo jogo, curiosamente frente á Finlândia mas em solo luso. O jogo de hoje frente à Sérvia não é vital para Portugal, ao contrário do que boa parte dos abutres desejosos de ver fracassar Scolari insinuam. É vital isso sim para a Sérvia que não pode dar-se ao luxo, sequer, de empatar! E, caso se confirme a vitória portuguesa, ficarão 3 candidatos para 2 vagas, sendo que Portugal terá um jogo a mais para realizar que os outros dois candidatos, Polónia e Finlândia. Afinal, onde está o drama?



Quanto ao jogo do passado sábado, o empate a 2 frente à Polónia, ficam algumas decepções e a constatação de algumas verdades indesmentíveis. A decepção passa naturalmente por constatar que Portugal não tem jogadores para 2 posições em campo: defesa esquerdo e ponta de lança. E, com tanta vontade em naturalizar brasileiros, não entendo porque não o fazem para posições onde eles, ao menos, sejam úteis. Como se viu em Bruno Alves, nasce mais um central para a selecção portuguesa! Para quê Pepe? Não vejo a mesma atitude e vontade em forçar Liedson para adoptar a nacionalidade lusa. Será porque não joga ou jogou de azul e branco? Se vamos adulterar o produto nacional, ao menos que o façamos com inteligência. Outra decepção desse jogo passa pela inoperãncia defensiva do meio campo português, culpado nos dois golos polacos, ao permitir remates de longa distância sem oposição. E aqui brilha Deco, curiosamente mal colocado nos dois remates! Está sem forma fisica, está bom para receber a bola parado a meio campo e avançar com ela. Mas é isso que queremos e precisamos?

A verdade indesmentível desse jogo é que há portugueses que adoram bodes expiatórios. E Ricardo, a par de Solcari, é o preferido! No primeiro golo, apesar da excelente defesa ao primeiro remate, para o lado como mandam as regras, fica com as responsabilidades, muito embora Deco, Petit e Maniche nada tenham feito para fazer oposição ao primeiro remate e o morcão do Miguel ter ficado a ver a banda passar na recarga que daria golo! E que dizer do segundo golo, o tal que Record chama de frango? Em primeiro lugar Deco faz figura de corpo presente e acobarda-se à primeira eminência de remate, encolhendo-se. E depois, se a bola fosse para golo, Ricardo teria feito uma excelente defesa, salvando os 3 pontos! E aqui termina a história do lance, ponto final. O que sucede a seguir só poderá ser entendido por frango pelos mesmos que acham que a selecção portuguesa de basket é fantástica! Acho que me faço entender…

Para terminar, e como leitor cada vez menos assiduo de Record, não posso deixar aqui uma velada critica. Li o mesmo no Domingo passado, em viagem para me entreter das quase 4 horas de tédio. E mais valia ter comprado a Caras ou outra coisa qualquer. Como é que se dá 1 a Ricardo e 3 a Nuno Gomes numa escala de 0 a 5? Viram o mesmo jogo que eu? Que todos os portugueses excluindo os lampiões narcisistas e hermafroditas (que ainda são uns largos milhares…)? Acabem lá com a lenda de que a Amelinha joga bem de costas para a baliza! Ele deve fazer algumas coisas boas de costas mas não é jogar futebol seguramente. Foi Zero! Mas um Zero na escala Kelvin! E ainda andou o filho do Saddam a vergastar uns infelizes amadores que jogavam na equipa iraquiana de futebol sempre que perdiam! Preferia, sem sombra de qualquer duvida, a ponta de lança de qualquer equipa que participa no Mundial de Futebol Feminino. Pelo menos, ao ver o falhanço que a Amelia fez apos desvio de Bruno Alves, sempre podia dizer: é mulher!

Para acabar, fica o recado para os tugas que se apresentarem no onze inicial frente á Sérvia, especialmente para o Deco: vejam a forma sentida e emocionada como “Os Lobos” escutam e cantam “A Portuguesa”. Se a vontade de não arranjar lesões para não regressar ao banco do Barcelona é assim tão grande, ao menos disfarça durante o hino. Para ar de tédio já bem basta a tua atitude em campo. Não ficava nada mal uma lesaozita com a camisola das quinas, sinal de esforço. Mais depressa corta o cabelo a Amélia…


Rabiu Ibrahim



Ibrahim é um miudo nigeriano de 16 anos que a prospecção leonina encontrou na Nigéria e trouxe para a Academia leonina. Não foi caso de caridade, foi um claro caso de competência e atenção a um mercado, o africano, que é notoriamente desaproveitado e ignorado em Portugal. Existem avançados com melhores qualidade que Etoo e Drogba no futebol mundial? Existem trincos mais possantes que Essien? Quem se relembra de Jay Jay Okocha, criativo medio de uma brilhante selecção nigeriana da decada de 90 do século passado, encontrará, ao que consta, vestigios do seu perfume futebolistico nas botas do miudo Ibrahim.

Sagrou-se recentemente campeão mundial sub-17. O futuro, em breve, mostrará uma nova perola saída da Academia. Desta vez uma com sangue nigeriano, mas aperfeiçoada na melhor oficina mundial de talentos. Aguardamos por ti Rabiu.

sexta-feira, setembro 07, 2007

LIga BWIN Jornada 2: FC Porto 1Sporting o

Crónica de Um Infiltrado



1. A Entrada

Domingo, 26 de Agosto, 20:45h. Estádio do Dragão. Ou melhor, escadaria frontal à porta 24. Depois de ter recusado, pela terceira vez, a compra de bilhete a individuos que (oh azar dos azares!) têm a companhia doente e têm que se desfazer do bilhete a mais, ouço a primeira manifestação dos 50 mil adeptos: aplausos para Alfredo Murça durante o minuto de silêncio em sua homenagem. Cá fora, desta vez sem a chuva de Novembro de 2005, e já mais dentro da legalidade (só me faltava chamar Ana Maria e ter cabelo comprido…) preparo para a maior das torturas que um adepto de futebol pode sofrer: acompanhar o jogo pelo som que vem de dentro do estádio! Foram 15 os minutos que perdi por atraso da companhia, e não aconselho a ninguém tal martirio. Após entrada e subida da escadaria à Obikwelu, constatei a maravilha que é o bilhete de epoca: observar uma bancada totalmente cheia, onde seria mais fácil encontrar um adepto portista que não estivesse já a insultar o arbitro do que um lugar, é fantástico seguir o meu amigo e, mais depressa do que o PC liga para um arbitro ir lá a casa tomar um cafezinho, já ocupava o lugar correspondente ao bilhete! Se fosse lisboeta não prescindia de um luxo destes.

2. Paulo Bento e a táctica do “deixa-os correr que eles aqui não entram!”

Outra comodidade é poder ver o tempo de jogo no ecrã. Que, lamentavelmente, decide passar grande parte do tempo a mostrar totós a fazer figuras de totós. Porque não usá-los para algo interessante, como estatísticas ao vivo do jogo, tempo de jogo, e outras coisas úteis para quem procura informaçao e não ver um tipo que estava com uma cara que parecia que não cagava há 15 dias! Não vi os primeiros 15 minutos e demorei algum tempo a concentrar-me única e exclusivamente no jogo. Reparei no relvado, um regalo sem dúvida, algo que sempre invejei do Porto. Na quantidade de fotografos colocados junto às linhas de fundo a observarem o jogo pelas oculares. Nas dezenas de stewards que, coitados, não podiam colocar um olho no relvado. Só o lance em que Tarik brilhantemente tira Polga do caminho e cruza para ninguém é que me faz concentrar definitivamente no jogo. Olhei para o ecrã gigante: 22 minutos. Não estava a ver o Sporting a atacar, ainda para mais para grande pena minha já que me encontrava na bancada lateral, mesmo em frente à linha de golo da baliza defendida por Helton na primeira parte. Se queria ver um golo leonino em grande estilo teria de ser nos próximos 22 minutos pensei eu, da posição onde me encontrava um golo leonino na segunda parte só seria bem degustado visto mais tarde na tv. Mas para infelicidade minha Paulo Bento tinha outros planos: a táctica era simples, segurar o adversário e controlá-lo sem o deixar criar perigo. E a verdade é que, tirando esse lance de Tarik o perigo só surgiu através do inevitável Quaresma, num livre onde Stoijkovic, ao contrário do jogo da Supertaça, seria batido se a bola efectivamente fosse à baliza.

3. O sacana do arbitro é lisboeta, o mouro!

Estava o jogo neste ritmo, com o dominio do Porto concedido em larga medida pelo Sporting, quando sucede o primeiro caso do jogo. Bem, não o deveria mencionar aqui já que relato nesta crónica o que presenciei in loco, mas é inevitável fazê-lo até pelo ridiculo da situação. A caminho dos 40 minutos de jogo Ricardo Quaresma agride Miguel Veloso no pé, de tal forma que não o fractura por mero acaso. Onde me encontrava, vi o lance na diagonal e pareceu-me falta mas feita através de contacto entre a chuteira do Quaresma e a canela do Veloso. O que me leva a considerar ridiculo é a reacção da bancada central de imprensa, em frente à qual o lance tinha acabado de suceder. Todos os portistas se levantaram em peso a protestar a marcação da falta, considerando simulação! E os protestos atingiram o estado de cólera quando Pedro Proença exibe a cartolina amarela. Ainda não sabia mas era o primeiro sinal de falta de coragem que Jesualdo Ferreira tanto tinha pedido que não sucedesse. Engraçado mas agora o pequeno roedor não se queixava no banco portista. O silêncio, quando nos interessa, é de ouro. No entanto, os trogloditas, muitos deles com auriculares nos ouvidos (ou seja, ouvindo rádio e sabendo melhor que ninguém que era falta e para vermelho!), vociferavam palavrões contra Miguel Veloso e sobretudo Proença, o tal que era lisboeta e mouro. Um roubo! Um escândalo! Uma vergonha! Até eu, que tenho em Miguel Veloso um exemplo de profissionalismo, correcção e carácter… fiquei na dúvida: terá sido fita? Mas a confusão estava instalada, e os jogadores portistas tiraram daí o devido partido: a seguir é Pedro Emanuel que cotovela Derlei e a plateia volta a denunciar a fita! Mais assobios, mais insultos. Não tarda e o karate kid Bosingwa resolve fazer de João Moutinho saco de pancada e aqui vai disto! Desta vez algumas vozes da plateia deram sinal de sensibilidade, mas mesmo assim não deixaram de invectivar o arbitro: “Oh palhaço, agora é que era amarelo!”. Pois, mal sabiam eles mas de facto tinham razão, o outro não deveria ter sido amarelo, não senhor…

O auge de tanta ignorância atinge-se já nos descontos quando Miguel Veloso, o anti Cristo para os entendedores de bola portistas (agora já percebo porque razão aos olhos deles PC é um cidadão exemplar…) corta, de carrinho e de forma absolutamente limpa uma bola para a lateral, sendo inevitável o posterior derrube do adversário, sem qualquer maleita. Aqui D’El Rei D. Sebastião! Atinge-se o maior coro de assobios em todo o jogo, num lance perfeitamente normal. O jogo termina e metade do desejado pelos portistas estava alcançado: o arbitro estava completamente descontrolado e facilmente manipulável. A vitória não fugiria. E não fugiu!


4. Stoijkovic, o teu irmão não te ensinou nada?

Veio o intervalo e enquanto metade da plateia se dirigia pros comes e bebes (PS: não recomendo as pipocas nem os cachorros quentes, as primeiras só se fazem 2 vezes ao ano, sendo armazendas e posteriormente aquecidas e dos cachorros quentes prefiro nem falar para não incomodar os mais sensíveis… informações recolhidas por quem sabe do que se passa nessas lojas) aproveito para dar uma vista panorâmica ao estádio e é de facto uma bela obra arquitectónica. Começo da segunda metade e novidades interessantes: Paulo Bento mandou avançar o seu exército rumo à fortaleza de Helton. E a força e poderio do exercito leonino não precisou mais de 2 minutos para abanar a outrora sólida linha defensiva portista. Os próprios adeptos soltavam “só dá Sporting”. E só estava a dar até ao fatídico minuto 56, num lance ocorrido mesmo à minha frente, de tão normal e vulgar que fiquei… totalmente na dúvida! Sim, porque no estádio o que acontece ao minuto 56 e 15 segundos, não se repete mais! Nos instantes anteriores a Stoijkovic agarrar a bola só pensei “chuta daí para fora!”. A tal pressão exercida sob Proença atinge novo pico e o arbitro volta a ceder, provando não ter um pingo de coragem. Golo do Porto, àquela distância e com um remate frontal duvido que houvesse alguem no estádio que falhasse. O que me espanta é saber que Vlad, irmão de Stoikovic que jogou nos tempos aureos do Leça na Primeira Divisão, não ter avisado para as decisões arbitrais que tendem sempre para o lado onde a equipa da casa ataca. Culpam Stoijkovic? Eu culpo Vlad, tinha obrigação de avisar o irmão para estas situações, muito embora o Leça fosse um clube que já entrava nas Antas derrotado e com um sorriso nos lábios, vá-se lá saber porquê… (perguntem ao Guímaro).


5. Volta Batta, estás perdoado!

A perder a equipa leonina não se desuniu. Pelo contrário, manteve o equilibrio e a tendência atacante, mesmo que com isso possibilitasse muito espaço para contra ataques portistas. Mas a prova de que o Porto não merecia vencer o encontro viu-se na última meia hora de encontro. Mesmo a ganhar, mesmo podendo jogar em contra ataque, mesmo tendo o arbitro e público do seu lado… Jesualdo Ferreira e sus muchachos optaram por… queimar tempo! Não me lembro, e espero a vossa sinceridade igualmente, de ver o Porto desistir de jogar futebol no seu recinto nos ultimos 15 minutos de jogo. O único objectivo era impedir o adversário de jogar, seja com constantes faltas longe da baliza de Helton, seja com simulações de faltas ao minimo encosto. A piece de resistance do anti jogo portista revelou-se em dois actos: primeiro nas ultimas duas substituiçoes, com os jogadores a percorrerem 50 metros a passo, como se estivessem num qualquer bar do tio Reinaldo. Ao ver tamanha indecência vieram-me lágrimas aos olhos, pobre Rui Costa que foste expulso pelo Marc Batta, o que nos custou a presença no Mundial de 1998! O segundo acto tem origem nos 4 minutos de descontos concedidos pelo arbitro, nos quais a bola não rolou mais de 90 segundos! E, ainda bem, digo eu! Para triste festa e triste espectáculo não deviam ser concedidos qualquer desconto. Podiam era ter-me avisado que o jogo já tinha vencedor antecipado, poupavam-me a tão triste espectáculo. Coragem Jesualdo? Lava a boca com sabão antes de voltares a mencionar na mesma frase arbitragem, porto e honestidade. Perdeu-se uma batalha mas a Guerra resolve-se em Janeiro no Mitico Alvalade. Até lá tentem marcar golos sem ser de bola parada e façam uns workshops aos adeptos portistas para ver se percebem o minimo das regras de futebol. Já bem basta quando os vejo gritar golo sempre que é cesto…

Epilogo

Já em casa, vendo o resumo, não tenho dúvidas: Quaresma por expulsar aos 34 minutos, corte de bola de Polga sobre Postiga, com a bola a sobrar para Tonel… que deixa para Stoijkovic… não tarda ainda vemos uma jogada iniciada em pontapé de canto do outro lado a acabar em atraso! O Sporting não sai do campo com os 3 pontos porque não fez o suficiente para isso, mas o Porto só de lá saiu porque o arbitro assim o desejou. Resumindo e concluindo, era um ponto para cada e um par de chapadas no Jesualdo para que na próxima esteja bem caladinho! Se ele quer coragem que a tenha para tirar certos elementos da sua equipa que os estão a arrastar dentro de campo. Pior que um lampião só mesmo um lampião morcão!




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