Confesso que nunca entrei no galinheiro situado perto do CC Colombo. Nem no novo nem no velho. Pronto, no velho confesso que, num Agosto perdido no tempo, meti-me lá dentro por breves instantes apenas por curiosidade. Mas somente porque a companhia assim me obrigou e, evidentemente, sem ser em dia de jogo. Nunca apreciei ajuntamentos de comedores de couratos, gostos nao se discutem.
Mas após ter prestado atenção aos minutos que antecederam o último jogo no galinheiro da luz, contra o Estrela da Amadora, até desperdiçei uns minutos do meu tempo a ver o jogo para ver se a câmara as voltava a filmar. Sim senhor, finalmente o SL Galinhas tem algo que desejo ver o meu clube imitar. Qual Kit novo sócio qual quê, arranjem é umas cheerleaders para animar os jogos. Ainda para mais quando, como no passado fim de semana, se vêem jogos como os do derby de Milão e o clássico entre Barcelona (vai buscar!) e Real Madrid, como se pode ver futebol nacional se não houver algum ingrediente extra?
Aqui ficam as meninas, para quem não viu o seu espectáculo.
Mais uma vitória sofrida do Sporting. Parece sina, mas este campeonato está a ser jogado aos repelões lá para os lados de Alvalade!
Mais um jogo iniciado com um golo sofrido. Será que a equipa gosta de ir atrás do adversário? Porque desapareceu a atitude fabulosa da época passada? Não seria mais lógico obrigar o adversário a correr atrás do prejuízo, em vez de lhes dar moral extra que um golo sempre acarreta? Não dá para entender…
Fica no entanto a ressalva de mais um erro de arbitragem. E mesmo em Alvalade os árbitros não possuem falta de vergonha em prejudicar o Sporting! Será que um fora de jogo de metro e meio nas barbas do fiscal, não seria visto na Luz e Dragão? Mas há dúvidas?
A reacção leonina deu-se instantaneamente, pelo génio de Miguel Veloso e Vukcevic. Excelente abertura e belíssima conclusão. Ainda retive esperanças que era sinal que o Sporting partiria para uma bela exibição, coroada com uma vitória tranquila. Enganei-me, para variar…
Tal como na Madeira, valeu Vukcevic. A forma magistral como se desmarca (o passe de Romagnoli é uma categoria!), como corre com a bola dominada, como aguenta uma primeira carga para penalti, é espantoso. Com a vantagem no marcador assegurada, e com mais uma unidade em campo, acreditei seriamente que ainda assistiria a uma boa exibição e a um resultado mais consentâneo com a diferença de valor entre as duas equipas.
Ando mesmo equivocado, este Sporting é de consumo para provas a eliminar, e ao menos que aí seja efectivamente bom. Porque no que a campeonato diz respeito, já nada espero, a não ser ganhar a Porto e Benfica em Alvalade. Desilusão meus senhores, só desilusões, quer em exibições quer sobretudo em resultados. Muito pobre a vossa prestação.
Vitória sofrida frente a um adversário valoroso. Assim se resume um jogo, em sete palavras. Após a sequência de maus resultados a viagem à Madeira era, para os sportinguistas, sinónimo de capitulação na luta pelo título, em caso de nova perda de pontos. E não foi fácil, como esperado. O Marítimo, muito embora não tenha feito uma grande exibição, colocou-se em vantagem através de Bruno Fogaça, já em plena segunda parte.
Temi o pior, sinceramente já não sou tão crente como quando era miúdo e já não aguardava por uma vitória, pelo que tenho visto nesta época. Mas surgiu Simon Vukcevic, a demonstrar todo o seu potencial, surpreendendo-me, a mim e a muitos como eu, certamente. Dois golos marcados, que valeram a reviravolta, e ainda um remate fantástico que daria um excelente golo, se tivesse passado uns milimetros abaixo da barra! Nesse lance Liedson queixou-se do individualismo do montenegrino, mas esteve mal. E esteve ainda pior quando tentou tirar explicações de Vukcevic, pisando o risco num comportamento anti-desportivo. Liedson é um bom jogador, sabe jogar para a equipa, mas desperdiça golos suficientes para não se queixar de mais uma oportunidade… para desperdiçar! Algo estranho se passa quando se marca tantos golos na Champions League quanto na Liga Portuguesa! Não consta que seja mais dificil por cá…
Contas feitas, três pontos importantes para dar moral a todos os sportinguistas. A ver vamos o que nos reserva o futuro na competição. Margem de manobra para erro é que já não existe, pelo menos no que ao título diz respeito.
Champions League: Jogo 6 - Sporting 3 Dinamo Kiev 0
Noite de despedida leonina da Champions League 2007/08, com uma vitória categórica sobre o histórico Dinamo Kiev, por 3-0.
Fica para a história a boa exibição, que desta vez se traduziu num resultado vitorioso, uma vez que esta participação do Sporting na maior prova mundial de clubes ficou recheada de boas exibições mas resultados áquem dessas mesmas exibições. Em Alvalade frente ao Manchester o próprio Ferguson reconheceu que a vitória da sua equipa tinha sido fortuita e que teria de agradecer ao seu guarda-redes, em Roma dois erros crassos custaram dois golos, ainda com um árbitro caseirolas a prejudicar sempre que possível o Sporting, na recepção à Roma mais uma arbitragem inacreditavelmente má, anulando um golo limpo a Liedson, não expulsando De Rossi por entrada maldosa (bastava o segundo amarelo!) e, a culminar, um autogolo carregado de azar de Polga, e em Manchester, bem, em Manchester a equipa local chega à vitória já em descontos! Tudo somado, em vez de 7 pontos facilmente teriam sido 9, 10 ou 11 pontos! Sem qualquer tipo de dificuldades nem de prognósticos impossíveis! E, convenhamos, num grupo deste quilate, que mais se poderia exigir? Teria o Sporting apurado-se para a fase seguinte da prova e mais uns milhões teriam entrado nos cofres, juntando a isso o inevitável prestígio. Não foi possível, como se sabe, mas as boas exibições não foram esquecidas, o que é necessário é manter este nível exibicional e, com experiência de participações sucessivas na prova, acalentar por algo mais.
Taça de Portugal: 4ª Eliminatória: Sporting 4 Louletano 0
Primeira entrada em prova do detentor do título, que não deixou de fazer jus a essa condição. O que não implica que tivesse sido aplaudido ou elogiado. Evidentemente que os maus resultados para o Campeonato Nacional, quase obtidos de forma consecutiva, deixaram todos os sportinguistas irritados. Sobretudo pela gota de água, cedendo pontos em Alvalade perante um Leiria que anda pelas ruas da armagura. Sendo assim, e embora a vitória tenha sido, como diria o anúncio, “tão natural como a sua sede”, há situações a registrar e, outras, a lamentar.
A registrar fica a quase ausência de público, num domingo à tarde, e certamente com preços convidativos. Jogo, em dia de sol, e num domingo à tarde, deveria ser mais convidativo que qualquer Shopping! Só cerca de cinco mil pensaram assim. E, verdade seja dita, não fui um deles até porque moro no Porto, mas não seria um deles em nenhuma circunstância. É a minha forma de protesto, se não me agrada não vou ao estádio. Agora ir, como foram os supostos adeptos do Sporting de uma claque ilegal como a Juve Leo, e ter as atitudes que tiveram para com os jogadores, especialmente para esse miudo de grande caracter e personalidade, capitão com toda a legitimidade, João Moutinho, é uma vergonha! Mas julgam-se eles superiores a outros sócios? Alias, julgam-se eles superiores a qualquer adepto, mesmo aqueles que, como eu, não são sócios pagantes, mas com o clube sempre presente no coração? Não, lamento mas não são! Provavelmente não serão sequer superiores aos rafeiros que passam à porta do estádio! Se queriam protestar, mantivessem a postura inicial, de ausência das bancadas, como forma de protesto. Mas as suas motivações são conhecidas, para além do prazer de assobiar e injuriar são obviamente apoiados por gente que quer o poder de Alvalade a qualquer custo e que usam os energumenos de forma a criar o caos e anarquia. Saiu-lhes o tiro pela culatra, o Sporting é de todos, é do povo, é dos ricos, não tem um dono e isso foi-lhes provado pela monumental assobiadela que apanharam quando resolveram entrar nas bancadas, no final do jogo pela forma como repudiaram as camisolas dos jogadores leoninos, e ao longo da semana com criticas vindas de todos os quadrantes da sociedade verde e branca. Porque, se para se ter apoio de claques, é necessário aturar estes merdas, então lancem uma petição que assino já pela total ausência de claques no meu clube!
A lamentar duas situações. Uma ainda relacionada com a Juve Leo. João Moutinho, mesmo sabendo que os arruaceiros estavam já contra ele, pela entrevista onde Moutinho afirmou os 3-6 de 1994 (afinal de contas ele é de uma familia de benfiquistas e tinha 8 anos à epoca, onde está o mal nisso? Querem ver que o Eusébio era benfiquista de pequenino, ele que até jogava na filial leonina de Moçambique e que vinha para o Sporting até ser desviado pelos ciganos da Luz…!) resolveu ir entregar a sua camisola à claque. Esta, como esperado, insultou o jogador e lançou a camisola de regresso ao relvado, num gesto que nunca vi em tantos anos a ver futebol. Enfim, uma palermice de miudagem que não sabe reconhecer valores como honestidade e sinceridade! Moutinho poderia simplesmente ter mentido ou ocultado mas foi Homem! E mesmo que seja benfiquista, dentro de campo, onde interessa, é um grande e esfomeado leão! Eu, pessoalmente, dispenso bem jogadores de alma e coração leoninos mas maus tactica e tecnicamente. Todos os dias, sem hesitar! Caso contrário pagavamos no roupeiro, no Paulinho, que também dá uns toques, e colocavamo-lo a jogar no lugar do Ronny! (quer dizer, pensando bem até pode nem ser má ideia…). O meu lamento para a atitude de João Moutinho, não pela entrevista e pela sinceridade, mas por se ter dignado a prestar vassalagem a escumalha. Cresce Moutinho, tens no estádio muita gente que te admira, muita criança que te idolatra, as camisolas estão a preços proibitivos para a crise que assola o País, se a queres dar, fá-lo a gente que te respeita e admira. Nunca, mas nunca, para não ouvires assobios e criticas vindas de quem deveria ter uma jaula no zoo. Não voltes a fazê-lo, caso contrário tenho que te considerar um cobarde.
O último lamento vai para a atitude de Liedson na vespera do jogo, desafiando as ordens de Paulo Bento. E este, embora não seja um treinador de excelência, nem lá perto, é excelente a manter a disciplina, prescindindo de uma mais valia em nome da união do grupo de jogadores. Quando é que Liedson aprende que o tempo de Peseiro já passou? Tem tanto de bom jogador como de grande malandro. É o sangue brasileiro, só espero que regresse das férias natalicias a tempo e horas e não seja mais um a usar um parente como bode expiatório. É impressionante a quantidade de pessoas que adoecem pelo Natal lá no Brasil…
O resultado do clássico da Luz já tinha deixado toda a sensação que o FC Porto caminhava para o título. Restava ao Sporting ganhar em casa ao último classificado e aproximar-se dos rivais da Segunda Circular, colocando a distância entre os dois nuns meros três pontos.
Mas, inesperadamente e inexplicavelmente, regressa a falta de atitude aos jogadores leoninos! Provavelmente o pior jogo da época, por tudo que representava, por se conhecer o resultado do clássico disputado na véspera, por se jogar frente a um adversário teoricamente acessível. Mil e um motivos de sobra para o Sporting, mesmo com o penalti falhado por Polga, ter ganho de forma convincente.
A perda de mais dois pontos coloca o Sporting a uns impensáveis 12 pontos do líder da prova, quando ainda não dobramos sequer a metade da prova. Onde anda o Sporting que acabou a temporada seguinte com os dentes fincados no titulo, que escapou somente pelo facto da prova não ter as tipicas e tradicionais 34 jornadas (ganda galo…)? O treinador é o mesmo, a estrutura é praticamente a mesma (Nani já andava mais a exibir-se para os clubes estrangeiros que outra coisa, Tello e Caneira são realmente duas baixas importantes e Ricardo, apesar de tudo, não tem sido notado pela ausência…). Bem, realmente muitos dos males do Sporting advém do facto das suas laterais defensivas se encontrarem miseravelmente representadas. Abel ainda vai disfarçando mas preferiria a segurança defensiva de Caneira (um lateral, acima de tudo, tem de saber defender), mas comaprar Ronny a Tello é um sacrilégio! Não que Tello fosse assim tão bom, Ronny é que é mesmo mau, ruim até ao osso! Com duas avenidas para os adversários atacarem, assim como alguma displicência do meio campo quando toca a defender, se percebe como uma das melhores estruturas defensivas da história dos leões (somente 16 golos sofridos no campeonato de 2006/07) é substituida por esta manta de retalhos. E, sem estrutura defensiva de qualidade, não há equipa que resista.
Tem a palavra Paulo Bento, que já saiu do estado de graça em que se encontrava. De facto não tem muita matéria prima de qualidade para resolver o problema, e dinheiro para contratações também não existe, mas tem obrigação (e é bem pago para isso) de arranjar uma forma de fazer a equipa render mais. E de olhar com outra atenção para a cantera leonina, será que Adrien Silva não merecia já uma oportunidade? Creio que sim, se o titulo é já uma miragem há que apostar forte nas Taças nacionais e na europeia, pensando desde já na estrutura da equipa que terá, obrigatoriamente, atacar o titulo da próxima epoca. Não quero desculpas, tens 6 meses para cumprires tal objectivo, e Janeiro deveria ser usado desde logo para correr com os excedentários de péssima qualidade que existem no plantel. Mexe-te Paulo Bento, ou és tu que serás mexido.
Champions League: Jogo 5 - Manchester United 2 Sporting 1
Há noites assim. Numa situação normal, uma equipa que tem 4 vitórias em 4 jogos, que se encontra desde logo apurada para a fase seguinte (assim ao estilo Milan AC na deslocação ao galinheiro da Luz…) costuma tirar o pé do acelerador, costuma poupar titulares para a jornada seguinte do campeonato e costuma, inclusivé, ter nos seus jogadores titulares, uma equipa virada para o show-off individual do que na concentração colectiva à procura da vitória!
Pois é tudo verdade, mas estamos a falar do Manchester United. E uma equipa de Alex Ferguson, por norma, não entrega o resultado ao adversário. E isto tem duas leituras.
Por um lado foi pena para o Sporting. Após uma brilhante primeira parte, em que trocou muitissimo bem a bola no meio campo adversário e onde Abel inventou um golo numa excelente iniciativa individual (aquilo nunca seria cruzamento, pela força que levava e pela colocação, pode ter sido sorte mas não tanta assim…), foi notório que os jogadores da equipa inglesa jogavam a um ritmo abaixo do normal, assim ao estilo Milan na Luz. Seria excelente para o Sporting que essa atitude se revelasse constante em toda a partida. Não pelas chances em continuar em prova já que a AS Roma goleava em Kiev, mas pelos pontos, pelo dinheiro e pelo prestigio. E, se o golo legitimo de Liedson tivesse valido o 2-0, nem o forcing do Manchester United na segunda parte teria impedido o Sporting de se transformar na primeira equipa portuguesa a ganhar no Dream Theater de Manchester. Enfim, mais um erro arbitral a prejudicar o Sporting nesta edição da Champions, por incrível que pareça!
Por outro lado o forcing do ManUnited revela respeito, e muito!, pelos leões. Se Ferguson desconsiderasse a equipa que lhe tem fornecido craques de excepção nos ultimos anos, o Sporting poderia ter ganho o encontro com facilidade. Mas, embora daqui a uns anos ninguém se lembrasse de tal facto, para mim seria uma vitória sem o sabor das noites memoráveis! Não, lamento que o Sporting tenha perdido, mas pelo menos sei que o adversário deu tudo o que tinha e lutou pelo jogo até ao fim, ganhando apenas em mais um lance do “nosso” Ronaldinho, um gentleman na forma como mantém todo o respeito pelo clube que lhe concretizou todos os sonhos de menino. Craques destes, ao contrário do pastor de Constantim, merecem palmas mesmo marcando golos ao Sporting. Não precisas chorar Ronaldo, nem precisas andar 10 anos a prometer que regressas, dá o teu melhor, sê o melhor do Mundo, e nessa altura, quando lá chegares, lembra-te do teu Sporting. Para mim chega e sobra. Para quê ver-te de novo por cá de verde e branco se neste campeonato de corruptos o talento não ganha titulos? Faz como o Figo, mantem-te longe deste lamaçal!
Após uma péssima demonstração do seu real valor na jornada anterior, em Braga, restava aos jogadores e técnicos leoninos corrigirem essa (falta) de atitude, entrando em campo frente ao Leixões não só com o propósito de vencer o jogo mas igualmente corrigir os erros que se verificaram na pedreira de Braga.
E, embora o empate final a um golo não o mostre, a verdade é que os jogadores leoninos fizeram um jogo de grande intensidade e coragem, lutando os 90 minutos, pela vitória e contra a adversidade, já que o Leixões apenas efectuou um remate digno desse nome em todo o jogo e beneficiou ainda de um erro crasso do estreante Rui Patricio. E, embora pareça típico de um sportinguista queixar-se da falta de sorte, só um asdrubal de mau caracter é que pode negar esse argumento aos adeptos leoninos! Num dia normal, numa fase boa da época, aquele era jogo para acabar com 3-0 ou 4-0 a favor do Sporting, mas não que lamentar tal não ter sucedido, os falhanços, as bolas ao poste, as defesas dos guarda-redes, tudo isso faz parte do futebol. E, desde que não hajam responsabilidades arbitrais no resultado final… todos os demais “azares” se perdoam (e digerem) mais facilmente.
Ficou para a história a perda de mais dois pontos mas uma boa exibição, lutando até ao final, sem baixar os braços. Só assim os adeptos leixonenses (da maneira que berravam muitos deles eram mais azulados ou encornados, mas pronto…) deixaram de celebrar uma vitória que, a 5 minutos do fim, tinha tanto de injusta como quase certa. Valeu a atitude, empenho, e uma excelente cabeçada do miudo Purovic, que começa querer anunciar que o (necessário) período de adaptação está perto de concluído e que o melhor do seu futebol está para chegar. Assim esperamos todos, pelos menos os sportinguistas.
